sábado, 13 de outubro de 2007

«Pseudo-elites ficam de fora»

Falou para dentro e fora do partido.
Num discurso extenso e que começou atrasado, Luís Filipe Menezes falou ao país com postura de Estado, mas não se esqueceu dos opositores internos. Para uns, há lugar na unidade que o novo líder quer para o partido, para outros há «complacência». Mas para as «pseudo-elites desacreditadas e esgotadas» não há espaço neste novo PSD: «Essas ficam de fora, porque é preciso trazer as verdadeiras elites portuguesas».
No XXX Congresso do PSD, em Torres Vedras, Luís Filipe Menezes recordou os nomes de Salvador Caetano, Carlos Queiroz, Laurindo Costa, Poças Martins, Manuel Lemos, entre outros, que o líder eleito em directas se orgulha de ter trazido para o partido. Essas «pseudo-elites esgotadas», sublinhou Menezes, «tem vontade de estar associadas a um partido com a dimensão do PSD, mas não «dão a cara, nem trabalham quando é preciso». «Abrir o partido à sociedade não será dar espaço às elites desacreditadas», garantiu Menezes, que, no entanto, prometeu «tolerância, pluralismo interno e unidade». «Por nossa iniciativa nunca existirão delitos de opinião», disse ainda o autarca de Gaia que deixou um recado para «aqueles que usam o intriga e o insulto contra o partido como promoção pessoal».
Nova Constituição Depois da repreensão para dentro do partido, Luís Filipe Menezes avançou com a ideia de que Portugal precisa de uma nova Constituição. «Portugal precisa de ter a coragem de dizer que é necessária uma nova Constituição; moderna e que rompa com tabus, e equilibrada no que diz respeito à lógica de poderes e que não seja um obstáculo à governabilidade».
Primeiro-ministro não terá tréguas Sócrates não escapou às duras críticas de Menezes, que a partir de hoje não terá tréguas. «Quem não se lembra do primeiro-ministro afirmar, num debate com Santana Lopes, que não iria subir os impostos, nem pôr portagens nas scuts ou tocar nos direitos sociais?». Para o líder do PSD, «o primeiro-ministro rompeu um ciclo de democracia portuguesa ao renegar as promessas eleitorais», um comportamento «imperdoável».
Recuperando as propostas da moção que traz ao Congresso, Luís Filipe Menezes falou do gabinete de porta-vozes que será criado, avisando que, a partir de agora, «cada ministro, cada secretário de Estado vai ter um rosto do PSD à perna». Porque «os portugueses estão à espera do PSD», o novo líder promete «fazer mais e melhor» e preparar o novo ciclo eleitoral com as «eleições regionais nos Açores em 2008 e com esse fôlego» travar as batalhas das autárquicas, legislativas e europeias.
Para Menezes, os autarcas sociais-democratas terão um papel fundamental na nova estrutura do PSD, que o líder «quer ver renovada». Por isso, as listas para o Conselho Nacional congregarão todos - «uns mais conhecidos outros menos experientes, que trabalharam no Governo de Sá Carneiro, Durão Barroso, Santana Lopes e com Marques Mendes no PSD». Num discurso com poucas novidades, Menezes prometeu «fazer mais e melhor a partir de hoje». Por isso, diz o líder, será feito «um combate contra o fatalismo e o pessimismo».
in portugaldiario.iol.pt

Sem comentários: