quarta-feira, 14 de março de 2007

Exploração de Petróleo no Algarve está iminente

Autarcas algarvios esperam por respostas há mais de um ano e decidiram avançar com nova tomada de posição.

A Grande Área Metropolitana do Algarve (AMAL) acusou o Governo de estar a preparar o processo de pesquisa de petróleo ao largo da costa algarvia com «secretismo» e sem informar os municípios.

O presidente da AMAL Macário Correia referiu que, na última reunião, «ficou mais uma vez assente que havia uma preocupação a manifestar pelo facto do assunto não ser conhecido pelos municípios algarvios» e lembrou que uma atitude idêntica já tinha sido tomada há cerca de um ano.

«Tivemos um primeiro contacto com esta questão em Dezembro de 2005. Nos meses iniciais de 2006, dirigimos várias vezes correspondência ao Ministério da Economia e eu próprio falei com vários dirigentes do ministério, mas, passado um ano, não obtivemos resposta».

«Fomos agora informados pela comunicação social de que existem contratos de exploração na iminência de serem assinados e isso justificou uma nova tomada de posição», sintetiza o presidente da AMAL.

Para Macário Correia, seria pelo menos lógico que os municípios algarvios tivessem sido ouvidos: «não digo que pedissem o nosso parecer, mas era legítimo que nos dessem a conhecer que, ao largo das cidades algarvias, vai aparecer algo que pode ou não ter impactos». Para já, a AMAL não quer entrar num clima de tensão com o Governo, embora se mostre «preocupada» e «desagradada» com a atitude do Ministério da Economia, que considera ir ao «arrepio do bom relacionamento que se deseja com todas as entidades».

Segundo Macário Correia, este é o modo «mais suave e mais educado de expor o problema» e não está previsto qualquer outro acto público a não ser «esperar» por respostas. A polémica da exploração de petróleo ao largo do Algarve foi retomada depois de o Governo ter anunciado, no final de Fevereiro, que apenas não tinha sido possível assinar o contrato com o consórcio formado pela Repsol e RWE por descoordenação da agenda de ambas as empresas.

O deputado social-democrata algarvio Mendes Bota tem sido um dos principais opositores a este projecto governamental, por considerar que pode colocar em risco a actividade económica da região, muito dependente do turismo.

Contudo, o ministro da Economia Manuel Pinho negou aos jornalistas a ideia de que a prospecção pusesse em causa o turismo algarvio. A concessão da exploração dos blocos 13 e 14 ao largo do Algarve, localizados a 200 metros de profundidade, resulta de um concurso internacional lançado em 2002, à qual se candidatou o consórcio formado pela Repsol (75 por cento) e pela alemã RWE (25 por cento).

O consórcio já explora gás natural na bacia de Cadiz, em Espanha, e os dois blocos na costa algarvia têm as mesmas características geológicas, aumentando assim as probabilidades de exploração deste hidrocarboneto no Sul de Portugal.

13 de Março de 2007 23:01 in Barlavento Online

Sem comentários: