segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Um contributo para o Debate Eleitoral do PSD: a 4.ª opção, de certeza a melhor!

“O PSD vive da afirmação permanente. Mas do que precisa, agora, é de ter paciência. E a arte da paciência é aquilo que os seus militantes não estão habituados a cultivar.”
- Filipe Luís, Visão de 20-Set-2007


No próximo dia 28 o PSD realiza eleições directas para a liderança nacional do Partido. Na hora de votar e escolher o futuro do Partido, os militantes de base poderão escolher quatro opções:
A primeira, a continuação de Luís Marques Mendes;
A segunda, a tomada do poder por Luís Filipe Menezes;
A terceira, o nascimento público-político de Castanheira Barros (já não é candidato, todavia foi candidato a candidato);
Por nenhuma destas três primeiras opções servirem ao Partido e ao País, só me resta escolher e apoiar uma 4.ª opção.
Nenhum dos candidatos é conveniente, desde logo, porque nenhum será, em condições normais, “suficiente” para vencer as eleições de 2009. Por outro lado, nenhum apresenta projecto e propostas de oposição capazes de fragilizar um governo de maioria absoluta arrogante e autoritário. Ainda nenhum dos candidatos cria a motivação, o entusiasmo e a envolvência dos militantes de base ou dos cidadãos, para o combate político ao Governo socialista.
Em particular, nunca conseguiria votar Marques Mendes pela sua frontal oposição à Regionalização, pela sua proposta de reforma da Administração Local, pelas suas tentativas de dignificação dos políticos, na qual mistura, confunde e baralha a figura processual de arguido, com condenado, limitando a capacidade eleitoral passiva de homens candidatos do Partido, sem qualquer critério lógico, aplicando a uns e desculpando a outros.
Também nunca conseguiria votar em Luís Filipe Menezes, pelas suas atitudes, já assumidas, de guerrilha interna constante e permanente, mantidas nos últimos anos e pelo constante minar das tentativas de oposição, que resultaram e, em muito, ajudaram na fragilização e exposição ao ridículo do Partido.
Quanto a Castanheira Barros, não é a solução que o partido precisa e procura para líder da oposição e candidato a Primeiro-Ministro. Todavia, é um militante de coragem que atesta a força e capacidade de trabalho das bases. Não chegando tão pouco a ser uma 3.ª via, alternativa ou de reprovação aos outros dois candidatos. Não passando de candidato a candidato, não conseguiu reunir as condições de candidatura para se apresentar a votos.
Como não existem outros candidatos, ou se existem (e acredito que sim) estão a aguardar outros tempos e outras oportunidades, talvez mais próximo de 2009, só resta como única e melhor alternativa o voto em branco.
Porque sempre fui, e sou, exigente, comigo e com os outros, seria absolutamente contranatura apoiar um candidato tendo como premissa: “o menos mau”, “o menor dos dois males” ou “venha o Diabo e escolha”. A decisão é demais importante para ser tomada nestes termos. Recuso-me a apoiar e votar num candidato em que não acredito, com o qual não me identifico, do qual penso ser uma má solução para o Partido e para o País.
É uma questão de consciência e de dignidade cívica enquanto homem e cidadão.
Assim, só poderei votar na 4.ª opção às eleições directas do próximo dia 28 de Setembro: o VOTO em BRANCO. Que não é um voto de cobardia, nem de falta de afirmação ou convicção, é um voto esclarecido, ponderado, convicto e, principalmente, consciente. Porque cada vez que um político decide em consciência é um raio de luz que rompe a escuridão da política portuguesa.
Face a tudo o que ficou exposto, repito: o voto em branco é, de certeza, a melhor opção. Quanto ao resto: é preciso ter Paciência!

Cesário Belém
Militante da JSD-Lagoa
Presidente da Comissão Instaladora da JSD-Lagoa
Candidato a Presidente da CPS da JSD-Lagoa

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