domingo, 16 de março de 2008

Mendes Bota acusa Governo de preparar portagens na A22 para pagar requalificação da EN125

O presidente do PSD/Algarve Mendes Bota acusou José Sócrates de lançar a requalificação da EN125, já no próximo domingo, dia 16, para introduzir portagens na Via do Infante (A22).

Falando numa conferência de imprensa em Faro, durante a qual fez o balanço dos três anos de Governo socialista, o líder social-democrata algarvio disse que a requalificação da EN125, para a qual "não há verba no Orçamento de Estado" será a contrapartida do concessionário das futuras portagens da A22.
"Os algarvios que se desiludam, que vão carregar com portagens na Via do Infante", asseverou Mendes Bota, também vice-presidente da direcção nacional presidida por Luís Filipe Menezes.
O também deputado evocou palavras alegadamente proferidas pelo actual ministro das Obras Públicas, Mário Lino, em sede de comissão parlamentar, segundo as quais a imposição de portagens na A22 "era fatal como o destino".
Domingo, o primeiro-ministro estará no concelho de Portimão, Algarve, para lançar a concessão do Algarve Litoral, com o projecto de recuperação da EN125. No entanto, José Sócrates já garantiu que a intervenção na EN125 não implica que a A22 passe a ter portagens.
Na conferência de imprensa de hoje, Bota de ter feito "muito pouca obra" e ter protagonizado "muito pouca acção" nestes três anos, pelo que, considerou, a agenda do Governo é "uma agenda muito poucochinha". Num documento de 24 páginas distribuído aos jornalistas, o PSD/Algarve discorre sobre vários aspectos da política governativa, para concluir - na voz de Mendes Bota - que "nunca houve tanta passeata de membros do Governo ao Algarve como agora mas nunca tão pouco foi feito na prática".
O PSD acusa o Governo PS de "não ter dado um único passo a favor da Regionalização", apesar de o ter prometido "para logo depois das eleições". "De repente, o imediato passou a ser as calendas de 2012", considerou o líder social-democrata algarvio.
Sobre a construção do novo Hospital Central do Algarve, lembrou que o calendário dos sociais-democratas passava pela conclusão da unidade em 2009, mas que, "passados três anos e provavelmente mais um ano de Governo socialista não haverá nem um tijolo erguido".
De resto, considerou que nas obras públicas se viveram "três anos de esquecimento e de atraso", com o Governo a investir apenas 95,2 milhões de euros no Algarve, contra 262,2 milhões em 2005.
Sobre o novo Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROTAL), considerou-o "uma oportunidade perdida", criticando as regras de atribuição dos PIN (Projectos de Interesse Nacional), que são "criados não importa onde".
A indústria, classificou, "é o parente pobre da economia regional", as pescas estão numa situação de "total asfixia", há "um divórcio" face à agricultura e ao interior da região e no Turismo, apesar do reconhecido crescimento do sector, há "falta de visão estruturante".De um conjunto de 16 áreas analisadas, todas com nota negativa para o Governo, considerou que a Cultura no Algarve "não existe" e que as políticas de desporto e juventude são "um imenso deserto".
in Barlavento / Lusa

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